A China atualmente é o maior exportador de componentes eletrônicos e importador de placas eletrônicas para reciclagem. Os grandes fabricantes de componentes produzem na China, Malásia, entre outros países asiáticos, só que são especialmente da China que saem os componentes remarcados, falsificados e recondicionados (remanufaturados).
Muitas vezes esses componentes são vendidos como novos e originais, só a ponta da cadeia, que são os técnicos e pequenas empresas de eletro e eletrônicos que vão sofrer os maiores prejuízos. As grandes empresas são capazes de acompanhar a sua fonte de produção, verificar se eles são legítimos e se passaram por testes e certificações que garantem a sua qualidade e segurança.
Já quem não pode ter esse nível de segurança, vai ter que usar de outras maneiras para se proteger desse crime que é cada vez mais comum em nosso país, e no mundo.
Nos Estados Unidos a coisa é levada a sério, a situação se tornou tão grave que eles estão apertando o cerco e tornando as leis mais duras quanto a essas questões, veja esse artigo sobre Detecção e Prevenção de Falsificações peças eletrônicas.
Componente Obsoleto
Quando um componente é obsoleto, ou seja, não é mais fabricado, as coisas são pióres, pois seu preço aumenta e com isso da-se início a falsificação e remarcação. Algumas lojas de componentes eletrônicos (aqui no Brasil) fazem a remarcação de componentes obsoletos, usando produtos de qualidade inferior, sem garantia de que funcionam e causando perdas de dinheiro dos clientes.
Primeiramente procure um fornecedor de peças eletrônica confiável, verifique em fóruns, lista e grupos de eletrônica as melhores lojas, não só que tenham o melhor preço, mas que tenham a confiabilidade de aquisição de peças de qualidade e boa procedência.
China e suas falsificações e reciclagens de componentes Eletrônicos
Atualmente a falsificação de componentes eletrônicos tem se tornado um grande negócio, principalmente na China. Centenas de contêineres cheios de placas de circuito sucateados, chegam legalmente ou são contrabandeadas para a China diariamente.
Ao chegar em pequenas cidades os componentes são retirados das placas de forma manual e em alguns casos de forma rustica, com fogueiras a lenha e utilizando crianças como trabalhadores.
Estes componentes vão para a indústria da falsificação, ou mesmo dependendo de sua qualidade volta para o mercado como componentes novos.
Alguns fabricantes facilitam o comércio de produtos remanufaturados,por não exigir certificações de qualidade, procura por preços baixos, etc . Abaixo estão algumas dicas importantes que podem ajudar você a não comprar gato por lebre e perder dinheiro, tempo e projeto.
Componentes Eletrônicos Remarcados
Os Componentes remarcados são um grande problema, imagine você comprar um circuito integrado e descobrir que ele é outro circuito integrado fora das especificações e como consequência não irá funcionar ou mesmo queimar ainda mais o circuito.
O caso mais comum de componente remarcado ou carimbado é o transistor 2SC1969 que é um transistor de RF, muito usado em rádios da faixa do cidadão e que em alguns casos é vendido re-marcado em um transistor de potência comum ou mesmo um TIP qualquer.
Componentes Eletrônicos Falsificados
Outro problema é o componente falso ou falsificado. Componentes eletrônicos falsificados são peças eletrônicas que são deturpados quanto às suas origens ou de qualidade. Geralmente ele leva a marcação de um fabricante, mas não o é. Na maioria das vezes ele funcionam e não comprometendo o circuito ou projeto eletrônico.
A alguns meses comprei um lote da China de microcontroladores ATmega, ao saber que eram falsificados fiquei com um pé atrás, logo que chegou inciei os testes e minha surpresa é que todos estavam bons e sem problema algum.
Mas isso não é regra, cuidado ao comprar componentes falsos, em circuitos que exijam o máximo do componente, com certeza ele não irá corresponder as expectativas.
Componentes Eletrônicos Recondicionados
Alguns vendedores vendem peças recondicionadas, estes componentes são retirados de placas, que podem até não estar funcionando, quando não soquetados, são super aquecidos para serem retirados. Como resultado do calor utilizado para retirar as peças, alguns componentes, podem não funcionam satisfatoriamente ou mesmo não funcionaram mais.
O problema dos componentes recondicionados é que na maioria até são originais, mas podem ter passado por condições elétricas e climáticas que danificaram seus circuitos, sem contar que não são testados ao se colocar de volta á venda.
Componentes reciclados são vendidos como novos, mas podem, em qualquer parte do processo de limpeza, ser danificado irreversivelmente.
Dicas de como comprar Componentes eletrônicos com Segurança
Não existe uma maneira absolutamente segura de comprar componentes bons, mas algumas dicas podem ser seguidas, mesmo assim não é garantido plenamente.
Inspeção Visual
A inspeção visual externa de um componente pode detectar 50% dos casos de componentes remarcados e recondicionados. Sinais de Solda nos pinos, rachadura, lascas, encapsulamento mal feito, com rebarbas entre outras, podem denunciar um componente não original.
Teste Comparativo
Antes de sair para comprar um componente conheça bem os detalhes de seus fabricantes, isso fará com que você perceba mais facilmente um componente falsificado. Use o Google e os sites de datasheet para fazer uma busca e coletar informações antes da compra.
Teste na Marcação
Os componentes de fabricantes oficiais usam tintas para a marcação com alta resistência á solventes. Esse método de teste pode ser eficaz, se o componente foi re-marcado, uma substância negra acinzentada pode aparecer com o uso do solvente.
Compre componente em Lojas de referencia
Apesar disso não querer dizer que você irá levar um produto de qualidade, pelo menos em uma loja de confiança você corre menos riscos. Pesquise com amigos, outros colegas da área, em fóruns e sites..
Teste o componente antes de comprar
Dependendo do componente que você comprar, como por exemplo um transistor, é possível testar no balcão da loja, é claro que você vai dar uma outra razão para efetuar a medição, mas essa é uma boa maneira de levar um componente que você “acha que pode estar bom”.
Como as Indústrias detectam Componentes falsos e remarcados
Existem centenas de testes que as empresas fazem para certificar que um componente está dentro das especificações para serem usados em um aparelhos. Abaixo as mais comuns e conhecidas.
Teste Eletrônico
As análises elétricas e testes eletrônicos são úteis para determinar a autenticidade de um componente, bem como a sua conformidade com os padrões de seu Datasheet. Embora o teste completo é recomendado para aplicações de alta confiabilidade, o teste de “traço da curva” em cada ligação é uma maneira muito eficaz para começar um exame elétrico do componente.
Fluorescência por raios X
A Fluorescência por raios X é realizada para verificar a presença ou a ausência de chumbo ou outros metais em um componente, segundo a legislação de muitos países é proibido a presença de chumbo em componentes eletrônicos.
A lei do sem chumbo
A União Europeia restringiu o uso de determinadas substâncias em equipamentos elétricos e eletrônicos colocados no mercado da União Europeia a partir de 1 de julho de 2006. A diretiva visa limitar a chance de substâncias perigosas possivelmente poluir o meio ambiente durante a reciclagem ou disposição final de vida em aterros sanitários.
Embora o termo “lead-free” (Livre de Chumbo) é por vezes utilizado para descrever RoHS (Restriction of Certain Hazardous Substances, Restrição de Certas Substâncias Perigosas), a exigência real para os fabricantes é para projetar e enviar produtos que não são apenas livres de chumbo, mas totalmente compatível com RoHS, o que significa que eles não contêm mais do que os subsídios de qualquer um das substâncias perigosas mencionadas na diretiva.
Raio X
Usando o raios-X é possível verificar o componente internamente e detectar possíveis irregularidades e falsificações. Itens como o tamanho do chip, sua construção, calibre dos fios e o material da construção podem levar a identificação de possíveis fraudes.
Referências : ibtimes.com – auburn.edu – idofea.org –combatcounterfeits.co
Fonte: Nova Eletrônica